Se meu livro fosse uma carta, ela começaria assim: Querido leitor, a minha história de vida não é nenhuma história de fantasmas. Mas eu sinto que é sobre o que sobra de nós quando a dor não tem mais onde morar… Meu nome é Liza, e escrevo sobre tudo o que não sabemos enterrar. Você deveria dar uma chance aos meus livros porque, apesar de a morte estar em tudo o que eu escrevo, não sou um fantasma. Mas existe um grande sentido nisso; afinal, às vezes a gente morre de fato. Nossa existência, em algum momento, será extinta desta terra, mas também é possível morrer e continuarmos vivendo… Por esse motivo, escrevo sobre a dor que ninguém vê. Sobre enterros simbólicos: de memórias, versões nossas. Eu escrevo os meus livros para tentar entender partes minhas e suas que também querem desaparecer; eles são um reflexo do mundo. Essas não são as “minhas histórias”, mas poderiam ser… provavelmente não são exatamente as suas, mas poderiam ser… Às vezes, acho que tudo que escrevo é uma carta, uma carta que nunca soube para quem enviar, então escrevo para quem nunca ouviu, para quem sente demais, mas não tem palavras. Para quem anda por aí com a alma cheia de silêncios e fantasmas. Meus personagens são vozes, e a minha escrita… é a tentativa de, através desses susurros, tocar quem sangra em silêncio e dizer que não está sangrando sozinho. Isso faz sentido para você? Se faz, e se gosta desse estilo de literatura,conheça o meu trabalho.